Antonio Costeira acabou de lançar o seu segundo livro, inserido numa trilogia que teve inicio em “A Profecia”.
António Costeira deu-nos o prazer de conversar um pouco com o universo et(h)eriano, sobre este novo livro.
- Fala-nos um pouco deste teu novo livro?
A história insere-se no género fantástico.
Para dizer algo sobre este segundo romance, tenho que recuar um pouco ao primeiro.
Em A profecia, com o subtítulo Naur’Can, os acontecimentos iniciam-se numa terra chamada Alaghosadar, onde vários reinos coexistem pacificamente. Naur’Can é precisamente a capital do belo reino Elfo onde Davdak, um mago meio Homem, meio Elfo, de valores nobres e elevados, acaba por ser expulso devido a acontecimentos infelizes que culminaram com a destruição da capital. Humilhado, esqueces os nobres valores aprendidos, refugia-se no Reino da Garça e inicia o caminho de uma terrível vingança. Prevendo um futuro de trevas, escorraçado e com a espécie em vias de extinção, Angolon, o sábio Dragão dominante, prevê um futuro de trevas – o inverno do mundo. É precisamente ele que dá a Profecia a Riclamin que depois a oferece ao mundo.
Numa teia narrativa riquíssima em povos, personagens e localidades, Naur’Can é de uma imaginação tremenda que não deixa o leitor indiferente.
Em Asura iniciam-se as aventuras de Elvellon e Adanedhel, dois jovens que, por artes da milenar profecia saída da sabedoria de Angolon, são convocados a fazer parte do oráculo vaticinado, num mundo antigo e mágico. Novos seres fantásticos, numa narrativa em crescendo, são adicionados ao enredo de uma forma tão natural, que a leitura torna-se viciante. Na’Akano, o jovem que não conhece as suas origens, SuÄni, a jovem maga aprendiza de Astrid, Raven o Guardião ou ainda Burba o Anão, são exemplos. Edgard, o Duque de Unhais é uma figura notável. O que acontecerá aos três ovos de Dragão, será um mistério que os leitores procurarão desvendar com avidez.
- És um escritor do fantástico. Acreditas que em todos nós existe um mundo imaginário que, na maioria das vezes, fica escondido pelo decorrer dos anos?
Essa é uma verdade para mim. De muito debate para os psicanalistas. É a razão pela qual muitos talentos ficam por revelar.
- Como vês a literatura fantástica em Portugal? As diferenças para o resto do mundo.
Em Portugal lê-se bastante o fantástico, mas de uma maneira geral de autores estrangeiros. Os autores portugueses têm tanto ou mais qualidade.
- Quais as tuas expectativas para este segundo livro?
Quando um jogador brilha numa equipa secundária, é o craque da equipa e alvo da cobiça das equipes de elite. Em Portugal, como no resto do mundo, é fundamental que o treinador da equipe de elite saiba colocar o promissor jogador no lugar certo em campo. Eu diria que o meu primeiro livro é como o jogador da equipe secundária. Tenho de procurar provar ao treinador que o segundo livro merece subir de escalão.
- E as tuas expectativas como escritor deste estilo no nosso país e além-fronteiras?
A primeira parte da pergunta está intrínseca na resposta anterior. Ao segundo livro, penso que ainda é prematuro pensar em mais do que o mercado nacional. Há os regionais, os distritais e o nacional. Só se pode subir para a divisão imediatamente a seguir. Não gosto de dar um passo maior que a perna. Dá sempre mau resultado.
- Se fosses um mago, com um simples poder, qual escolherias?
Ter o condão de fazer os adultos acreditarem nos sonhos de criança.
Grato António Costeira, e em breve teremos mais novidades sobre este autor português. Estamos a preparar um Podcast com uma conversa sobre livros, sobre vidas e sobre um estado do et(h)er.
Até lá, ficam algumas opiniões sobre este autor,
Apesar de ser o primeiro do autor, este livro revela já mestria do género da literatura fantástica. Mesmo aqueles que não são adeptos desse género ficarão presos por um enredo imaginativo que cruza o passado e o presente, aliando a fantasia histórica com a ficção científica. Físico na Universidade de Coimbra como um dos heróis do livro, convido os leitores a entrar na aventura.
Carlos Fiolhais
Professor de Física da Universidade de Coimbra
A Profecia apresenta-se como uma obra que alia a ciência e o fantástico, numa teia narrativa dinâmica em que as histórias, narradas em alternância, seguem um percurso temporal repleto de avanços e recuos e guiam o leitor de forma sedutora, através das suas páginas. Elfos, dragões e povos surpreendentes criam uma imprevista aliança, inspirada pela magia das runas, e protagonizam o domínio da mente sobre a matéria.
Salomé Raposo
Autora e Licenciada, LLM – Estudos Portugueses
Todos os embates entre os Magos ao serviço de Davdak e os Magos da descendência de Astrid e seu dileto discípulo Na’Akano … são de uma violentíssima grandiosidade, digna dos melhores efeitos especiais que tem o cinema.
Jorge Magalhães
Arquiteto, Músico e Escritor
António Costeira é o mais recente autor a aventurar-se pelos meandros da literatura fantástica com uma nova Profecia, que promete enfeitiçar o coração dos portugueses com magia e superstição. Na verdade, A Profecia reúne os melhores elementos do fantástico medieval e sobrenatural, fundindo-os com alguns elementos reais, numa aventura de exploração e encantamento que, certamente, nos irá tocar com palavras sábias dotadas de um élan arrebatador.
Miguel Simão
Crítico Magazine HD