
Olhares
Perdidos
Desencontrados pelo profundo deserto de observar
Corpos inertes em dois olhos que se separam
No divorcio dos pensamentos com a alma que respira
São cantos que ficam pelo oxigénio das histórias
Contadas sem presente ou indicativo
Escritas pelo desenho de um futuro conjugado
Pelo olhar
Com a ilusão de sonhar
São gente que imagina as sombras
No escuro de uma luz ausente
Onde nada sobra dos infortunados passageiros
Que sobrevivem como pequenos pontos de movimento
Andantes cegos de sentir
Cada olhar
Por mais pequeno
Mais belo
Mais único
Perdido olhar
Que se para
E apenas
Se olha
Por ai…